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Jovem sofre acidente na rodovia do contorno, em Barra de São Francisco

Um jovem de 17 anos, morador do Vargem Alegre, sofreu um grave acidente na rodovia do contorno, próximo ao trevo da Vila Luciene, em...

Obras de areia, por Pedro Valls

Dia desses, lendo o jornal “Monitor”, lá de Uganda, deparei-me com uma matéria singular. Tratava da inteligência – escassa, diga-se de agem – que norteia algumas obras públicas daquele país.

Eis o título da matéria, em tradução livre: “Reparar as vias sem corrigir os problemas de drenagem é perda de tempo”. Registrou-se, ainda, que “a qualidade dos serviços é extremamente ruim”. Observou-se, então, que por conta da ação das águas “alguns dos reparos já estão se desmanchando, expondo o solo abaixo”.

Mais à frente o autor do texto, um certo John Kaka, lança uma série de questionamentos: “Por que não reparar as vias à noite ou durante os finais de semana? É de senso comum que nossas vias já são estreitas e insuficientes para o trânsito que am. No entanto, são bloqueadas em dias úteis. O resultado: dolorosos engarrafamentos”. Para piorar, “o asfalto sequer tem tempo de consolidar-se, pois imediatamente é aberto ao tráfego”.

Esta matéria deixou-me curioso. Será que alguém, ao fim do cabo, já se preocupou em reduzir a números os prejuízos decorrentes da péssima qualidade de algumas obras públicas? Decidi realizar uma pequena pesquisa a respeito.

O que encontrei foi escandaloso: segundo o respeitado Banco Mundial, nada menos que “US$ 4,2 trilhões poderiam ser economizados nos países de baixa e média renda se as obras de infraestrutura fossem mais resistentes”. De forma mais específica, calculou-se que a cada US$ 1 investido na qualidade das obras de infraestrutura outros US$ 4 serão economizados.

Alertou-se, a propósito, para o fato de que estes números não virão apenas da redução dos reparos a serem feitos – virão, principalmente, do melhor desempenho da economia, menos sujeita aos entraves e limitações que uma infraestrutura ruim acarreta.

Chamou-me a atenção no estudo, de forma especial, uma frase do presidente daquela instituição: “Infraestrutura de boa qualidade não é algo relativo apenas a vias, pontes ou energia. É algo afeto a pessoas. Investir na qualidade da infraestrutura significa destravar oportunidades econômicas para as pessoas, proporcionando um futuro mais seguro, inclusivo e próspero para todos”.

Agora levante-se. Vá à janela. Contemple o cenário que se descortina. E, silenciosamente, fique a meditar sobre nossos irmãos lá de Uganda.

 

Obras de areia, por Pedro Valls
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